E se a Primeira Guerra Mundial nunca tivesse acontecido?

Um século 20 sem Hitler, a Internet ou o presidente Obama. E se a Primeira Guerra Mundial nunca tivesse acontecido?

E se a Primeira Guerra Mundial nunca tivesse acontecido?
François Duhamel/AP/Reprodução

Um evento obscuro que mudou o mundo – o assassinato do arquiduque Franz Ferdinand em Sarajevo. Um mês depois, cinco das seis grandes potências da Europa declararam guerra umas às outras.

No final do conflito, quatro anos depois, 37 milhões de soldados e civis foram mortos ou feridos, impérios foram remodelados e a sociedade mudou para sempre. Os princípios vitorianos do progresso ordenado da humanidade e da bravura da guerra foram derrubados. Em seu lugar veio a barbárie da guerra de trincheiras, ataques de gás, fome e a grande “Terra de Ninguém” entre exércitos.

“A Primeira Guerra Mundial revelou que a barbárie estava logo abaixo do fino verniz da civilização”, disse Gordon Martel, autor do novo livro “The Month That Changed The World: July 1914”. “Revelou que, se você arranhar a superfície, somos todos assassinos sob a pele. E todos temos medo da morte.”

Mas e se o assassino do arquiduque – um nacionalista sérvio – errasse? E se a “Grande Guerra” não tivesse ocorrido? Como o século 20 teria evoluído de forma diferente? Sem a Primeira Guerra Mundial, provavelmente não teria ocorrido a Segunda Guerra Mundial. Sem Hitler. Sem Holocausto. Sem Guerra Fria.

Sem dezenas de milhões de mortes, as nações europeias provavelmente teriam investido mais recursos na construção de suas economias. A Alemanha teria se tornado uma potência econômica, científica e cultural.

 

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Os Estados Unidos teriam permanecido mais isolados, menos entrelaçados com o resto do mundo e também menos tolerantes com os direitos das mulheres, negros, judeus e outros grupos minoritários. Não teria havido um presidente Barack Obama, nem um presidente John F. Kennedy.

Ao mesmo tempo, não haveria armas nucleares, computadores e possivelmente até a Internet. Por quê? Os gastos militares impulsionaram todos esses avanços tecnológicos.

Esses são alguns dos cenários esboçados pelo historiador Richard Ned Lebow, professor de teoria política internacional no King’s College de Londres e autor do livro de 2014 “Archduke Franz Ferdinand Lives!: A World Without World War I” (em tradução literal: Arquiduque Franz Ferdinand Vivo! Um mundo sem a I Guerra Mundial).

Lebow diz que uma consequência importante de ambas as guerras mundiais foi a ciência e a tecnologia bastante aceleradas por meio do apoio governamental à pesquisa e ao desenvolvimento de armas. Sem a necessidade de aviões pelos militares, viagens aéreas seguras também teriam sido atrasadas várias décadas, de acordo com Lebow.

“Os antibióticos teriam atrasado e não teríamos uma revolução na informação”, disse Lebow em uma entrevista. “Nos Estados Unidos, talvez a melhor coisa sobre a segunda metade do século 20 foi o desenvolvimento da tolerância. Os EUA antes de 1945 eram um lugar muito atrasado e racista.”

As transfusões de sangue, absorventes higiênicos e antibióticos vieram todas das necessidades médicas da Primeira Guerra Mundial, disse Lebow.

 

A Primeira Guerra Mundial também abriu espaço para as mulheres no local de trabalho para substituir os soldados na guerra. Quando a luta parou, isso levou a um maior ativismo político, incluindo o direito das mulheres de votar. Isso teria acontecido muito mais tarde, disse Lebow.

O livro de história contrafactual de Lebow postula um mundo de impérios europeus mais duradouros que são menos tolerantes com a democracia, já que os impérios otomano, austro-húngaro e russo permaneceram no poder.

A Alemanha não teria sido punida em Versalhes e Hitler não teria queixas que o levaram a sua posterior ascensão ao poder. Os judeus na Europa teriam prosperado e aumentado sua população; pode não ter existido um estado de Israel, escreve Lebow.

O jogo de adivinhação de “e se?” tem outros resultados também. Jack S. Levy, professor de ciência política da Rutgers University, acredita que mesmo que Ferdinand escapasse de sua morte em Sarajevo na manhã de 28 de junho de 1914, outra coisa teria iniciado a Primeira Guerra Mundial. Por um lado, ele diz que a Alemanha temia o poder crescente da Rússia, que acreditava ameaçar sua própria segurança.

“Não podemos saber com certeza o que teria acontecido”, disse Levy. “Mas meu melhor palpite é que provavelmente teria havido uma guerra de qualquer maneira.”

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